Tendências para o Mercado Imobiliário no 2º Semestre de 2023

Como fundador da Entre Ideias, agência de inteligência criativa para o mercado imobiliário, tenho que estar atento aos movimentos que apontam em nosso horizonte e por isso hoje falaremos das tendências para o mercado imobiliário. Nossas campanhas precisam traduzir o espírito do tempo e ir além, trazendo soluções inovadoras, surpreendentes, que projetem o momento futuro de cada lançamento e deem mais resultado ali na frente. Ao mesmo tempo, temos que ter ferramentas e uma boa base de informação para dialogar com os nossos clientes e auxiliá-los nos desafios que virão. Sem bola de cristal, mas com conhecimento, podemos ter uma ideia melhor dos rumos a seguir e entender para onde o vento sopra. Mas deixo bem claro: a única certeza no Brasil é que não falta emoção para quem empreende!

Aqui elenco alguns pontos relevantes para o nosso mercado que ditarão as tendências para o mercado imobiliário para o segundo semestre deste ano. Se for do seu interesse, vale a pena se aprofundar em um ou mais assuntos, com outras fontes de informação ou mesmo outros pontos de vista. O importante é estar com as antenas ligadas e preparadas para assimilar novos conteúdos. Espero que ajude na navegação dos próximos meses!

  • Cenário econômico: afinal, o mercado imobiliário crescerá este ano?
  • Tecnologia e Inovação: Muito se fala sobre a Inteligência Virtual, metaverso, realidade aumentada, internet das coisas… até onde podemos ir?
  • Sustentabilidade: a mudança climática é uma realidade. Se você não está preocupado com isso, a mudança deve começar com você.
  • Revoluções no Perfil do Consumidor: O target mudou no pós-pandemia. Mas não foi só ele que mudou.
  • Criatividade: sem a mente aberta para encontrar novos caminhos, fica mais difícil chegar em algum lugar.

Tendências para o mercado imobiliário

Cenários econômicos e crescimento do mercado imobiliário.

Falar sobre a economia brasileira é sempre complexo e me faz lembrar aquela célebre frase:

“No Brasil, até o passado é incerto”ex-ministro da Fazenda de FHC, Pedro Malan.

Se até os mais notórios economistas têm dificuldades em criar cenários e acertar previsões, quem sou para fazer isso? Porém, com uma leve dose de pretensão e cara-de-pau (típica dos publicitários), posso reunir alguns dados relevantes. Segundo o SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo), o PIB do segmento deve crescer 2,4% em 2023. O primeiro semestre, em andamento enquanto escrevo este texto, ainda se ressente das incertezas com o novo governo, e o quadro é nebuloso.

Sejamos claros: estamos vivendo um momento difícil, que reúne taxas de juros elevadas, o que traz dificuldade com o crédito (fundamental para o setor), forte endividamento das famílias (a taxa chegou a 78% em abril deste ano, segundo a CNC – Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) e alta nos preços, principalmente dos insumos da construção, variável que impacta diretamente o segmento. Porém, é possível ficar mais otimista com quadro geral no segundo semestre.

Ainda este ano deve ganhar tração o renovado programa Minha Casa Minha Vida, importante do ponto de vista social e para impulsionar o segmento imobiliário de uma forma geral. Também se percebe uma moderação no aumento dos preços, depois de um ano de 2022 de forte alta – o maior em 8 anos, segundo o FipeZap.

Outro ponto que gera boas perspectivas para o setor são as revisões do Plano Diretor de São Paulo, que podem alavancar novos projetos e ampliar o perfil dos empreendimentos da cidade. E ainda há a expectativa (torcida?) pela queda nas taxas de juros, fundamental para gerar um ambiente mais propício para investimentos. Tudo aponta para um cenário melhor. Porém, sejamos otimistamente conservadores. Como disse Otavio Frias Filho:

“A realidade é o que resta depois das previsões devastadas pelo imprevisto.”

Tecnologia e Inovação

a laptop computer sitting on top of a wooden table - tendências para o mercado imobiliário
Foto por Emiliano Vittoriosi em Unsplash

A transformação digital é uma realidade, além de uma das tendências para o mercado imobiliário. Não há dúvida que a pandemia acelerou muitos dos processos que poderiam levar anos, talvez décadas. Exemplo foi a digitalização dos contratos, que rapidamente tomou conta dos negócios do setor imobiliário. Desde o final de 2021, o CNB-CF (Colégio Notarial do Brasil – Conselho Federal) autorizou a utilização a tecnologia de blockchain, o que permitiu o reconhecimento de firma de um contrato online. Um passo importante para otimizar processos e facilitar a vida de todos.

Acredito que a tecnologia estará ainda mais no dia a dia do setor. Algumas novidades já estão por aí, como a criação de realidades paralelas, ou metaversos, onde avatares dos consumidores fazem passeios virtuais nas áreas do empreendimento; tours virtuais cada vez mais sofisticados; novos softwares para gerir e evoluir a jornada de compra; uso constante de drones, entre outros gadgets fascinantes.

Mas a grande vedete deste ano tem sido a Inteligência Virtual. Com o recente lançamento do ChatGPT, este tipo de tecnologia se expandiu e abriu uma nova fronteira. Com apenas dois meses de funcionamento (fevereiro de 2023), o app já tinha mais de 100 milhões de usuários no mundo, sendo considerada a plataforma com crescimento mais rápido da história.

Para muitos, trata-se de uma revolução que vai transformar o mercado de trabalho e a sociedade como um todo. As possibilidades são quase infinitas, desde a criação de conteúdos em segundos até o uso na medicina, na robótica, em análise de dados, nas descobertas da ciência, e claro, no marketing. Como se trata de algo empolgante, vou deixar para me aprofundar no assunto em texto específico (sim, você terá que ler meus próximos artigos para saber minha opinião).

Sustentabilidade

A ideia de criar projetos imobiliários sustentáveis não é exatamente nova. De acordo com o United States Green Building Council, criador do sistema LEED de classificação de edifícios sustentáveis, o Brasil é o quinto país com mais projetos imobiliários certificados no mundo. Nos últimos anos, esta prática só cresceu. Segundo pesquisa recente da ABRAINC (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) em parceria com a Brain Inteligência Estratégica, os brasileiros valorizam imóveis sustentáveis: 56% dos entrevistados pagariam mais por um projeto com tecnologia verde.

Outro dado, de outra pesquisa da Brain: 80% dos consumidores de imóveis buscam empreendimentos que têm a questão ambiental como uma das prioridades. Portanto, incluir práticas sustentáveis nos projetos não só colabora com o meio ambiente, como torna o produto mais desejável pelo público. É fácil entender o porquê: os empreendimentos sustentáveis conseguem reduzir, em média, 20% do consumo de energia e 45% de água. Com a crescente procura por “imóveis inteligentes”, mais econômicos, ecológicos e eficientes, o marketing tem a missão de valorizar e amplificar os diferenciais sustentáveis de seus empreendimentos.

Revoluções do Perfil do Consumidor

Entender o consumidor é fundamental para traçar qualquer estratégia de uma campanha dentro do marketing imobiliário. Já falei um pouco sobre isso em meu artigo anterior. O que desejo reforçar aqui é a multiplicação de perfis do consumidor no pós-pandemia, e o que isso representa como tendência para os próximos meses. Diversificação é uma palavra-chave para entender este momento: unidades menores, multipropriedades para aluguel, fundos imobiliários, entre outras possibilidades. Se nos períodos de isolamento houve uma corrida para o “mato”, em busca de segurança e tranquilidade, agora vemos uma forte tendência de reurbanização, com mais pessoas procurando proximidade e mobilidade.

A demanda pelos “pequenos bem localizados” continuará forte, com os perfis de solteiros e divorciados sendo ampliados. Por outro lado, a pandemia também cristalizou o desejo por mais espaço: upgrade nas áreas privativas continuará em alta. O que também está de volta com força são as locações, principalmente para as gerações mais jovens (Millenials e Geração Z), que preferem a flexibilidade na hora morar. Se o perfil do consumidor é múltiplo, o corretor não pode ficar atrás. Acredito num processo mais acelerado na qualificação deste profissional: mais conhecimento, informação e tecnologia para fazer a conexão entre comprador e imóvel.

Criatividade

O homem tem ideias, inova e resolve desafios desde quando habitava cavernas. O que veremos nos próximos tempos é a inteligência criativa humana, turbinada pela inteligência artificial, podendo ir mais longe. No campo do marketing imobiliário, eu acredito no uso de novas tecnologias para o reforço de conceitos dos empreendimentos, multiplicando os pontos de contato entre campanha e target, além de obter ganhos de exposição de marcas como suporte para cada lançamento. Se no passado recente existiam poucos meios de comunicação relevantes para o mercado, hoje as possibilidades são gigantes. Estratégias omnichannel integrando o mundo on e offline, fazendo a conexão entre pontos-de-venda físicos, virtuais e compradores será o caminho.

Qual é a minha dica para as tendências do mercado imobiliário? Abrir a mente e o coração para o novo, sendo ousado e responsável ao mesmo tempo.

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